Moradia em prédio terá recorde em SP com foco na classe média

Mercado imobiliário prevê 790 condomínios verticais e 28 de casas em São Paulo, mas só 11% no segmento econômico
Mercado imobiliário prevê 790 condomínios verticais e 28 de casas em São Paulo, mas só 11% no segmento econômico.
Moradia em prédio terá recorde em São Paulo com foco na classe média

Matéria publicada originalmente por Clayton Castelani, Folha de S. Paulo – A cidade de São Paulo está prestes a presenciar um aumento significativo no número de novos condomínios residenciais verticais em 2024, conforme projeções do mercado. De acordo com uma pesquisa realizada pela administradora condominial Lello com 250 incorporadores imobiliários, estão previstos 790 novos empreendimentos em prédios e 28 em construções horizontais (conjuntos de casas) – totalizando 818 inaugurações este ano.

Essa estimativa é quase o dobro do registrado em 2023, quando 424 empreendimentos entraram em funcionamento. Além disso, representa um recorde na série iniciada em 2021, com 407 condomínios implantados, e seguida por 2022, com 495.

Dessas inaugurações, 98% serão condomínios residenciais, enquanto os 2% restantes serão comerciais.

O aumento nas entregas reflete um acúmulo de lançamentos, atrasos nas construções devido à falta de mão de obra e uma diminuição no ritmo de vendas causada pela pandemia, conforme apontado pela Lello. Em condições normais, o intervalo entre o lançamento e a constituição do condomínio varia de 20 a 30 meses.

Os dados da pesquisa corroboram a tendência de crescimento da verticalização na capital paulista, onde a proporção de moradores em apartamentos aumentou quase 27% entre 2010 e 2022, segundo o Censo 2022 do IBGE.

Entre os motivos que impulsionam esse movimento estão o programa federal de financiamento imobiliário Minha Casa Minha Vida, criado em 2009, e alterações na legislação urbana que incentivam a construção de prédios mais altos em áreas bem servidas por transporte público.

A oferta habitacional na cidade está focada principalmente em empreendimentos de médio ou alto padrão, revela a pesquisa.

Apenas 11,5% dos novos condomínios – 94 de 818 – estão na categoria econômica, com um valor médio de metro quadrado de R$ 6.500. Esses apartamentos têm um custo médio de R$ 231 mil e estão localizados principalmente em Guaianases e Itaquera (zona leste), Parque Novo Mundo e Pirituba (zona norte) e Paraisópolis (zona sul).

A participação do segmento econômico aumenta para 15% quando consideramos o número total de 23,3 mil unidades dentro de um universo de 150 mil apartamentos.

O preço médio dos novos imóveis é de R$ 14,5 mil por metro quadrado, mas a maioria dos novos condomínios será construída nos bairros mais valorizados, principalmente no quadrante sudoeste do município, onde o preço médio do metro quadrado varia de R$ 15,2 mil a R$ 22,6 mil.

Bairros como Pinheiros, Perdizes, Butantã, Itaim Bibi (zona oeste), Vila Mariana, Vila Clementino, Itaim Bibi, Ipiranga, Vila Nova Conceição e Brooklin (zona sul) concentram a maior parte dos novos imóveis.

Os condomínios de alto padrão representarão 24,8% das novas entregas, com 203 empreendimentos até o final do ano. O valor médio do metro quadrado para este segmento é de R$ 22,5 mil.

Prédios de padrão médio representarão 36% ou 295 empreendimentos, com um preço médio de R$ 15,2 mil por metro quadrado.

Os condomínios de padrão “médio-baixo” responderão por 24,2% das novas entregas, com 198 novos edifícios, a um preço de R$ 9.050 o metro quadrado.

As projeções para a venda de novos apartamentos, que é diferente da implantação de unidades já vendidas, são mais modestas. O Secovi-SP (sindicato das construtoras e incorporadoras) prevê um crescimento de até 10% nos segmentos atendidos pelo Minha Casa Minha Vida e de 5% em outros mercados.

O programa habitacional tem um papel crucial no crescimento do mercado imobiliário, segundo Ely Wertheim, presidente-executivo do Secovi-SP. A perspectiva de queda nas taxas de juros também é citada como uma justificativa para o aumento das vendas em 2024, conforme relatório divulgado pelo sindicato.

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