Vendas de imóveis em São Paulo superam lançamentos em 2023

No acumulado do ano, as vendas totalizaram 76.145 unidades, representando um aumento de 10% em relação ao ano anterior
Em dezembro de 2023, foram comercializadas um total de 6.980 unidades habitacionais novas na cidade de São Paulo.
Vendas de imóveis em São Paulo superam lançamentos em 2023

Matéria publicada originalmente por Rafael Marko, Sinduscon-SP – Em dezembro de 2023, foram comercializadas um total de 6.980 unidades habitacionais novas na cidade de São Paulo,marcando um aumento de 7,9% em relação a novembro e de 21,8% em comparação com dezembro de 2022. No acumulado do ano, as vendas totalizaram 76.145 unidades, representando um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Dentre essas unidades, 47% eram econômicas e 53% pertenciam a outros segmentos de mercado.

No mesmo período, foram lançadas 10.485 unidades, registrando um aumento de 20,7% em comparação com novembro e de 6,7% em relação a dezembro de 2022. Ao longo de 2023, o número total de unidades lançadas foi de 73.249, apresentando uma leve queda de 3,2% em relação ao ano anterior. Dessas unidades, 50% correspondiam a empreendimentos econômicos e os outros 50% a outros segmentos de mercado.

Esses dados foram divulgados pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação) em 7 de fevereiro. Para 2024, a previsão é de um crescimento de 5% a 10% nos lançamentos e vendas no segmento econômico, e um aumento de 5% nos outros segmentos de mercado. Segundo o presidente executivo da entidade, Ely Wertheim, o cenário econômico atual permite uma projeção otimista para o setor, destacando que o ambiente é mais favorável do que no início de 2023, quando a confiança estava baixa, as taxas de juros eram altas e o cenário político era incerto.

Wertheim observa que em 2023 houve uma venda dos imóveis em estoque, mas ressalta que o mercado ainda reflete o cenário de juros elevados. Ele alerta para o descompasso entre a demanda e a oferta de imóveis, o que já está causando um aumento nos preços.

O economista-chefe da entidade, Celso Petrucci, destaca que em 2023 houve uma readequação do mercado, com pontos positivos como a queda na taxa básica de juros, melhorias no programa Minha Casa, Minha Vida, um orçamento recorde do FGTS e uma tendência de queda no desemprego, que devem influenciar positivamente o mercado em 2024.

VGV e VSO

O VGV (Valor Global de Vendas) dos imóveis comercializados em dezembro totalizou R$ 4,11 bilhões, ligeira elevação de 0,7% na comparação com novembro e aumento de 26,8% em relação a dezembro do ano anterior. Com isso, o VGV em 2023 foi de R$ 43,9 bilhões, 26% a mais que o de 2022.

O VSO (Vendas Sobre Oferta, a porcentagem de vendas em relação ao total de unidades ofertadas) foi de 9,7%, um aumento de 5,4% na comparação com novembro e uma elevação de 29,3% em relação a dezembro de 2022.

No ano de 2024, o VSO foi de 52,8%, uma queda de 1,8% em relação a novembro e um aumento de 8,2% em relação a dezembro de 2022.

Oferta

Ao final de dezembro, havia uma oferta de 64.634 de unidades disponíveis para venda, entre imóveis na planta, em construção e unidades prontas nos últimos 36 meses. Isso representou uma redução de 8,7% na comparação com a oferta de dezembro de 2022.

Em valores, as unidades ofertadas totalizavam R$ 44,4 bilhões em dezembro, uma redução de 7,1% na comparação com os valores de dezembro de 2022.

Dormitórios e preços

Os imóveis de 2 dormitórios destacaram-se em dezembro em todos os indicadores: 65% das unidades lançadas (6.791 unidades), 62% das vendas (4.341 unidades), 58% da oferta (37.579 unidades), 39% do VGV (R$ 1.606,1 milhões), 35% do VGO – Valor Global da Oferta (R$ 15,5 bilhões) e o maior VSO (10,4%).

Imóveis na faixa de 30m² e 45m² de área útil lideraram em todos os indicadores: 59% dos lançamentos (6.143 unidades), 60% das vendas (4.219 unidades), 49% da oferta (31.666 unidades), 32% do VGV (R$ 1.321,4 milhões) e 22,2% do VGO (R$ 9,91 bilhões) e o maior VSO (11,8%).

Os imóveis com valores entre R$ 350 mil e R$ 700 mil destacaram-se com participação de 34% nos lançamentos (3.608 unidades) e o maior VSO (11,2%). Já os imóveis com preço até R$ 264 mil destacaram-se nas vendas com participação de 33% (2.275 unidades) e na oferta com 30% (19.423 unidades). Os imóveis com preços acima de R$ 2,1 milhões tiveram o maior VGO 33% (R$ 14,6 bilhões) e o maior VGV com 32% (R$ 1.341,1 milhões).

Econômicos e outros mercados

Em dezembro, 51% das unidades lançadas e 46% das vendidas foram enquadradas como econômicas (dentro dos parâmetros do programa Minha Casa, Minha Vida), correspondendo a 5.301 unidades lançadas e 3.221 unidades vendidas.

A oferta disponível para a venda deste tipo de imóvel somou 24.739 unidades (38%), com VSO de 11,5%.

Os outros mercados registraram 5.184 unidades lançadas, 3.759 unidades vendidas, oferta final de 39.895 unidades e VSO de 8,6%.

Zonas da cidade

Em dezembro, a Zona Sul liderou nos lançamentos com 39% (4.059 unidades), nas vendas com 33% (2.284 unidades) e oferta final com 34% (21.986 unidades), VGV com 43% (R$ 1.762,3 milhões) e VGO 41% (R$ 18,4 bilhões). A zona Norte foi destaque no VSO (14,1%).

Estado e Prefeitura

Em dezembro, além das unidades do MCMV, a Prefeitura de São Paulo adquiriu 10.018 unidades pelo programa Pode Entrar. O programa estadual Casa Paulista concedeu mais de 10 mil cartas de créditos, como complemento do preço necessário à aquisição da casa própria.

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