Valorização dos fundos imobiliários em 2024: analistas projetam alta de até 40%
Matéria publicada originalmente por Ana Paula Branco, Folha de S. Paulo. A expectativa de uma valorização expressiva dos fundos imobiliários em 2024 está ancorada na aprovação da reforma tributária e no ajuste do arcabouço fiscal, aliados à sequência de quedas na taxa de juros. Esses fatores tendem a impulsionar os investimentos em fundos imobiliários, uma modalidade que se destaca como uma alternativa para investidores individuais adentrarem o mercado imobiliário sem precisarem adquirir propriedades físicas, oferecendo acesso facilitado e benefícios fiscais.
Conhecidos também como FIIs, os fundos imobiliários constituem-se de investimentos no setor imobiliário, abrangendo diversos tipos de empreendimentos como hospitais, shoppings, prédios comerciais, galpões, letras de crédito, entre outros. Ao investir nesses fundos, os investidores adquirem frações de propriedades, tornando-se “coproprietários” desses ativos.
Os lucros provenientes da exploração comercial ou da venda dos imóveis são distribuídos entre os cotistas de acordo com a proporção de suas participações. Por exemplo, uma construtora financia suas obras por meio de uma gestora, que divide o imóvel em cotas do fundo. Os detentores dessas cotas recebem uma parcela dos aluguéis proporcional ao seu investimento, configurando o rendimento do FII.
As cotas dos FIIs são negociadas na Bolsa de Valores, proporcionando aos investidores a possibilidade de comprar e vender suas participações durante o pregão.
Entre as vantagens apontadas pelos especialistas para investir em fundos imobiliários, destaca-se a isenção de Imposto de Renda sobre os rendimentos distribuídos para pessoas físicas, desde que o investidor possua menos de 10% das cotas do fundo.
Contudo, como em todo investimento, os FIIs apresentam riscos, incluindo inadimplência dos inquilinos, vacância prolongada dos imóveis e má gestão do fundo, os quais podem impactar negativamente os retornos financeiros.
A escolha pelo FII deve considerar o perfil do investidor e os riscos específicos de cada fundo imobiliário. Geralmente, os fundos com maior potencial de retorno também carregam maior nível de risco.
No início de 2023, a Bolsa de Valores já contabilizava mais de 440 FIIs listados, um aumento significativo em relação aos 156 listados em 2017.
Quais são os tipos de fundos imobiliários
Fundos de Tijolo
- Concentram-se em investimentos físicos, como shoppings, escritórios, hotéis, galpões e universidades.
- O foco dos FIIs de tijolo é adquirir, construir ou alugar imóveis comerciais.
- Os rendimentos derivam dos aluguéis gerados por cada imóvel.
Fundos de Papel
- Investem em instrumentos financeiros do setor imobiliário, como CRIs, LCIs e LHs, distribuindo no mínimo 95% do resultado líquido aos cotistas.
- Acompanham indexadores como inflação ou taxa de juros.
Fundos de Fundos (FOFs)
- Investem em cotas de outros FIIs, independentemente de serem de papel, tijolo ou outros.
- Oferecem diversificação de carteira, pois permitem acesso a uma variedade de FIIs com um único investimento.
Fiagros
- Destinam-se a investir em ativos do agronegócio, incluindo imóveis ou ativos relacionados à produção.
Conheça os principais riscos
- Flutuações no mercado financeiro.
- Baixa liquidez, o que pode dificultar a venda das cotas quando necessário.
- Inadimplência dos locatários.
- Vacância dos imóveis.
- FIIs com poucos ativos ou focados em um setor específico.
- Má qualidade da gestão e falta de transparência nas decisões do FII.
