Vendas de imóveis residenciais batem recorde em 2023, puxadas pelo MCMV

Foram negociadas 163,1 mil unidades no ano passado, alta de 32,6% em relação a 2022; lançamentos no mesmo período recuaram 2%
Foram negociadas 163,1 mil unidades de imóveis residenciais no ano passado, alta de 32,6% em relação a 2022; lançamentos no mesmo período recuaram 2%.
O MCMV apresentou aumentos no volume de unidades comercializadas (42,2%) e no valor total de vendas ao longo dos doze meses (55,1%). Foto: Germano Lüders/Exame

Matéria publicada originalmente por ABRAINC – No período de janeiro a dezembro de 2023, o mercado imobiliário brasileiro testemunhou um crescimento excepcional de 32,6% nas vendas de imóveis residenciais novos em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Esse impressionante desempenho, totalizando 163.108 unidades vendidas, foi impulsionado tanto pelo segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) quanto pelo Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), estabelecendo assim um novo recorde na série histórica iniciada em 2014. Esses dados provêm do indicador ABRAINC-FIPE, um levantamento realizado com 20 empresas associadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), em colaboração com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).

O segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) manteve um bom desempenho nas vendas, com um aumento de 14% no volume de unidades comercializadas e de 18,9% no valor das vendas. Apesar de uma redução de 9,2% no valor total lançado nesse segmento, observa-se uma clara indicação de readequação gradual nos níveis de estoque do Médio e Alto Padrão. Atualmente, a duração da oferta está em 17 meses, comparada aos 24 meses registrados no início de 2023.

O MCMV registrou aumentos significativos tanto no volume de unidades comercializadas (42,2%) quanto no valor total de vendas ao longo dos doze meses (55,1%). Além disso, o segmento apresentou um acréscimo expressivo de 39,3% no valor de venda dos lançamentos. O sucesso do programa reflete as medidas de ajuste destinadas a ampliar o acesso das famílias de menor renda à moradia. Isso reforça a importância de manter regras estáveis para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), a principal fonte de recursos para o crédito imobiliário destinado à população de baixa renda, permitindo a oferta de taxas de juros mais baixas e parcelas acessíveis.

A relação distrato sobre venda no MAP permanece em um patamar baixo (11,8%), destacando a eficácia do marco legal estabelecido em 2018. Quando a Lei dos Distratos foi sancionada, essa relação era de cerca de 40%.

O presidente da ABRAINC, Luiz França, destaca a resiliência como elemento central no panorama imobiliário de 2023. “Frente a um início de ano desafiador no contexto macroeconômico, com repercussões em diversos setores, os ajustes nos indicadores econômicos e as melhorias substanciais no programa Minha Casa, Minha Vida desempenharam papéis determinantes no excelente desempenho do setor no último ano”, ressalta.

França enfatiza que a continuidade da redução da taxa Selic em 2024 será um impulsionador significativo para o desenvolvimento desse setor crucial para a economia, responsável por 11% dos empregos formais do país, 9% dos impostos gerados no Brasil e pela dinamização de 97 atividades econômicas. “Com a atual tendência de queda da taxa de juros, espera-se um aumento nas vendas em 2024, tornando a compra de imóveis para investimento ainda mais atrativa. Além disso, observou-se um incremento de 17% nos preços dos aluguéis, fortalecendo ainda mais a procura por ativos imobiliários”, justifica.

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