Preço de imóveis novos em SP sobe 4,6% em um ano; veja bairros mais caros e mais baratos

Maiores aumentos foram em apartamentos dentro do programa Minha Casa Minha Vida, mas falta de terrenos em bairros nobres também eleva preços de empreendimentos imobiliários nos últimos 12 meses, de acordo com dados da Brain
Descubra o aumento dos preços dos imóveis novos em SP, influenciado por reformas governamentais e mudanças no Plano Diretor.
Preço de imóveis novos em SP sobe 4,6% em um ano; veja bairros mais caros e mais baratos

Matéria publicada originalmente por Lucas Agrela, O Estado de S. Paulo – Nos últimos 12 meses até abril, o preço médio do metro quadrado (m²) dos imóveis novos em São Paulo registrou um aumento de 4,6%, conforme dados da plataforma de inteligência imobiliária Brain. O levantamento revelou que os imóveis enquadrados no programa Minha Casa Minha Vida, com valores até R$ 350 mil, foram os mais afetados por esse incremento.

Esse segmento foi impulsionado tanto pelas reformas promovidas pelo governo federal no ano passado quanto pelo Plano Diretor da cidade, que expandiu o raio de construção de edifícios próximos a corredores de transporte público e estações de metrô e trem.

Considerando imóveis de diversos perfis de renda, as unidades com dois quartos apresentaram o maior crescimento percentual, com um aumento de 6,2%, seguidos por imóveis de três quartos, com 5,1%, e de um quarto, com 4,4%.

Os bairros com os preços mais elevados por metro quadrado incluem Jardins, Vila Uberabinha (próxima a Moema), Itaim Bibi e Vila Nova Conceição, com valores variando de R$ 37,7 mil a R$ 50,9 mil por m². Por outro lado, os bairros que registraram os maiores aumentos nos últimos 12 meses foram Jardim Paulistano (28,6%), Vila Olímpia (25,6%), Jardim América (24,2%) e Indianápolis (10,6%).

Especialistas apontam que a elevação dos preços nos bairros nobres está ligada à escassez de terrenos para novos projetos e à capacidade desses empreendimentos de atrair consumidores de alta renda. Fatores como localização privilegiada, design atrativo e áreas comuns completas, incluindo salões de festa, piscinas aquecidas, academias, spas e parques, são alguns dos atrativos.

Na Zona Leste, onde se encontram os menores preços de lançamentos, os bairros Itaquera, Vila Ré e Vila Carrão se destacam, com valores entre R$ 7,3 mil e R$ 7,6 mil por m². Nessa região, os maiores aumentos foram registrados na Mooca (21%), Vila Ema (11,6%) e Itaquera (7,3%).

Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper, explicou em entrevista ao Estado de S. Paulo que o aumento nos preços dos imóveis novos foi impulsionado pela revisão do Plano Diretor, a reforma do programa Minha Casa Minha Vida, o retorno ao trabalho presencial ou híbrido e os juros ainda elevados. “A queda dos juros influencia nas vendas do mercado imobiliário. A taxa de financiamento é influenciada pela Selic, como tudo no Brasil”, afirma Rocha.

Ele também destacou que a decisão de comprar um imóvel envolve comparar o valor da parcela do financiamento com o aluguel, que também subiu mais de 14% no último ano. Há um grande interesse em áreas nobres devido à proximidade com polos de escritórios e infraestrutura de transporte. Além disso, a incerteza fiscal do País leva os super ricos a investir em imóveis, que podem ser alugados para renda ou revendidos com lucro no futuro.

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