Nova perspectiva: Tenda (TEND3) volta ao lucro após dez trimestres consecutivos de penúria (Imagem: Tenda/Divulgação)
Matéria publicada originalmente por Márcio Juliboni, Money Times – A Tenda (TEND3) anunciou um lucro líquido consolidado de R$ 4,4 milhões no primeiro trimestre (1T24). Embora possa parecer modesto à primeira vista, equivale ao valor de venda de apenas um apartamento em um bairro nobre de São Paulo, ou até mesmo superior. No entanto, para a construtora e incorporadora, esse resultado representa uma grande conquista.
Este é o primeiro lucro líquido trimestral consolidado desde o terceiro trimestre de 2021 (3T21), quando registrou ganhos consolidados de R$ 6,4 milhões. Esse marco representa um período de desafios, com dez trimestres ou 30 meses de esforços, até que a Tenda pudesse ver novamente o azul preencher a última linha do balanço.
“O primeiro trimestre de 2024 trouxe muitas notícias positivas para o segmento de habitação popular no país e, especialmente, para nossa companhia”, expressou a Tenda, em comunicado da administração que acompanha os resultados do 1T24.
Entre as boas novidades que animaram a construtora e incorporadora está o início da vigência do RET1% (Regime Especial de Tributação para Incorporações Imobiliárias), que reduziu a alíquota de tributação de 4% para 1% na faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida, a partir de março.
Outro impulso veio com a aprovação do FGTS Futuro, que entrou em vigor em abril, permitindo que trabalhadores com carteira assinada completem a capacidade de pagamento das parcelas da casa própria utilizando os depósitos futuros de seu empregador na conta do FGTS.
A Tenda observou que ainda não é possível avaliar o impacto das enchentes que assolam o Rio Grande do Sul sobre seus resultados, uma vez que suas operações estão suspensas no Estado.
Melhora no desempenho da Tenda (TEND3) no 1T24
A receita líquida consolidada da empresa cresceu 14,4% em comparação com o 1T23, totalizando R$ 744,9 milhões. O EBITDA ajustado aumentou significativamente, saltando 60,4%, para R$ 84,6 milhões. A margem EBITDA ajustada também melhorou, subindo 3,2 pontos percentuais e atingindo 11,4% em março.
Outro aspecto positivo que certamente agradará aos analistas é a geração consolidada de caixa operacional, que acumulou um saldo positivo de R$ 155,5 milhões no 1T24, em contraste com o déficit de R$ 38,4 milhões do mesmo período do ano anterior.
Os lançamentos consolidados totalizaram R$ 763,2 milhões, representando um crescimento de 55,4% em comparação com o período anterior. As vendas líquidas aumentaram em 57,9%, alcançando R$ 964,8 milhões. A Venda Sobre Oferta (VSO), que mede a rapidez com que o estoque da empresa é comercializado, melhorou em 6 pontos percentuais, atingindo 30,4% em março.
