Cidade de São Paulo terá 46 mil novos apartamentos até o final deste ano

Projeção da administradora Lello aponta ainda quase 2.000 novos condomínios residenciais até 2025 na cidade após revisão de plano diretor
A estimativa de crescimento de apartamentos em São Paulo é reflexo da revisão do plano diretor da cidade, que incentiva construções também em terrenos mais afastados do eixo de transporte público.

Ana Paula Branco, Folha de S. Paulo – Um levantamento indica que a cidade de São Paulo terminará este ano com 46 mil apartamentos a mais. São 580 condomínios residenciais, de acordo com a Lello, responsável pela pesquisa.

A maioria das unidades lançadas será de alto padrão, com mais de 100 m² e voltadas a famílias. O estudo feito com dados de incorporadoras e construtoras indica uma queda nos lançamentos de compactos e estúdios em relação ao ano passado, quando o segmento liderou as ofertas do mercado.

Além do segmento médio e alto padrão registrar uma melhora, as mudanças no Minha Casa, Minha Vida também impulsionam os lançamentos e as vendas dos imóveis no país. É o que aponta o Indicador de Confiança do setor Imobiliário Residencial, da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) com a Deloitte.

Para os próximos três a 12 meses, os executivos do setor estão otimistas quanto aos lançamentos e aquisições de terrenos para ambos os segmentos.

Segundo a Lello, só na cidade de São Paulo serão entregues mais 1.700 novos prédios até 2025, com cerca de 168 mil apartamentos e 650 mil moradores.

“O número para 2023 é 30% maior do que o do ano passado. É o que registramos entre 2008 e 2010. E só cresce”, afirma Angélica Arbex, diretora de Marketing da Lello Condomínios.

A estimativa de crescimento é reflexo da revisão do plano diretor da cidade, que incentiva construções também em terrenos mais afastados do eixo de transporte público.

“O movimento do mercado imobiliário de São Paulo também antecipa a retomada da economia do país, se antecipando inclusive à queda dos juros”, diz Arbex.

Depois de um ano mantendo a Selic em 13,75%, o Banco Central reduziu 0,50 ponto percentual, na quarta-feira (2). Para especialistas, a queda reaquece o mercado imobiliário.

“É uma sinalização importante, uma vez que a taxa básica de juros impacta o custo de operações de empréstimos, inclusive os financiamentos imobiliários. Mais do que essa primeira queda, é a sinalização de novas reduções pelo próprio Copom [Conselho de Política Monetária]”, diz a economista Larissa Gonçalves, do DataZAP+.

A projeção do Boletim Focus, ainda anterior à última decisão do conselho, traça a Selic em 12% até final deste ano.

“Não dá para ter certeza de quando o impacto será sentido no mercado imobiliário, mas, olhando em retrospecto, podemos ter uma ideia. Quando o Copom decidiu reduzir a meta da taxa Selic de 6,5% ao ano para 6% ao ano, vimos que, no mesmo mês, as taxas de juros livres de financiamento imobiliário caíram e em dois meses as taxas de juros reguladas apresentaram queda. Como a Selic determina um custo de oportunidade da operação de crédito, é natural que rapidamente os primeiros efeitos sejam sentidos”, afirma Gonçalves.

Logo após o corte do Copom nesta quarta, a Caixa e o Banco do Brasil anunciaram a redução da taxa do crédito consignado do INSS. A tendência é de que os juros de outras modalidades de crédito também tenham redução, incluindo o do imobiliário.

A sinalização de uma contínua redução nos juros amplia as expectativas de crescimento do setor entre construtores e incorporadores. A maioria pretende lançar imóveis nos próximos 3 a 12 meses e tem intenção de adquirir terrenos no mesmo período.

A pesquisa da Abrainc com a Deloitte mostra que os executivos esperam forte aumento nas vendas de apartamentos em São Paulo para o terceiro trimestre de 2023.

No segundo trimestre deste ano, o mercado imobiliário residencial registrou crescimento na procura e nas vendas de imóveis no país, melhorando de forma significativa o desempenho em relação ao período anterior.

Alta nos preços se mantém

Os preços de imóveis residenciais seguem aumentando, com alta de 6,9% no segundo trimestre de 2023 frente ao período anterior, aponta a Abrainc.

Os executivos esperam mais aumentos de preço para o terceiro trimestre deste ano, com forte aumento para os próximos 12 meses. Destaque para imóveis Minha Casa, Minha Vida, que podem ter o maior crescimento no índice de preços.

A pesquisa foi feita com 47 construtoras e incorporadoras do setor imobiliário residencial, entre 3 e 17 de julho.

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