Minha Casa, Minha Vida: entenda como o programa impacta a construção civil

Veja quais são as mudanças do Minha Casa, Minha Vida, quais os efeitos práticos para as construtoras, como o mercado imobiliário deve ser impactado, as taxas de juros e mais.
Veja quais são as mudanças do Minha Casa, Minha Vida, quais os efeitos práticos para as construtoras, como o mercado imobiliário deve ser impactado, as taxas de juros e mais.
Minha Casa, Minha Vida: Entenda como o programa impacta a construção civil

O presidente Lula sancionou em julho desse ano a lei que cria o novo Minha Casa, Minha Vida. A meta do governo é contratar mais 2 milhões de moradias pelo programa.

Veja quais são as mudanças do programa com relação ao anterior, quais os efeitos práticos para as construtoras, como o mercado imobiliário deve ser impactado, as taxas de juros e mais.

Aumento nos limites de compra de imóveis no novo Minha Casa, Minha Vida

As reformulações aplicadas ao Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) trazem consigo a oportunidade para as construtoras desbloquearem projetos imobiliários que, nos últimos anos, perderam sua viabilidade financeira devido à escalada nos custos dos materiais de construção. Agora, as empresas vislumbram a possibilidade de reativar e adiantar empreendimentos, e até mesmo adentrar novas regiões urbanas e cidades.

O elemento central desencadeador dessas mudanças reside precisamente na concessão para que o valor máximo das residências, sejam elas casas ou apartamentos, possa ascender a R$ 350 mil – uma diretriz válida em todo o território brasileiro. Até o presente momento, esse limite situava-se em R$ 264 mil, restrito apenas às localidades de São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Nas demais cidades do país, o limite era ainda mais restrito.

O impacto prático desse ajuste se manifesta na redução das taxas de juros para o comprador.

No cenário em que uma empresa concebe um projeto que ultrapassa o limite estabelecido, esse empreendimento é comercializado fora dos parâmetros do MCMV, com taxas de juros mais elevadas.

Fora do programa, as taxas de financiamento imobiliário giram em torno de 10% a 10,5% ao ano, acrescido da Taxa Referencial (TR).

Dentro do programa, as taxas de juros variam de 7,66% a 8,16%, correspondentes à faixa 3 do MCMV, destinada a indivíduos com renda mensal entre R$ 4,4 mil e R$ 8 mil.

Impactos MCMV: novo mercado de atuação para o setor da construção civil

Conforme a análise de especialistas da equipe do Credit Suisse, representada por Pedro Hajnal e Vanessa Quiroga, apresentada em matéria do Estado de S. Paulo é previsto que essa situação desencadeie duas principais repercussões.

Em primeiro lugar, é esperado que algumas empreitadas necessitem ajustar os valores para se alinhar com esse novo teto estabelecido – um movimento que tem o propósito de contribuir para um aumento nas margens de lucro das empresas.

Em segundo plano, é possível que outros projetos anteriormente excluídos por ultrapassarem o limite estipulado no programa, possam agora se enquadrar de acordo com as novas diretrizes.

No contexto, os analistas afirmam que estão convictos de que as organizações experimentarão uma expansão em seus mercados de atuação, um fator que pode resultar em taxas de vendas mais elevadas e um ambiente propício para melhorias nos preços praticados. Eles delinearam essas premissas em seu relatório.

Segundo Luiz França, presidente da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), as modificações aprovadas são uma medida acertada. Ele expressou que havia um descompasso na produção devido ao limite imposto aos preços, mas esse cenário agora está sendo atenuado.

Novo Minha Casa, Minha Vida vai beneficiar baixa renda

Há alguns meses, observadores da indústria têm enfatizado que a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida, com uma abordagem voltada para a assistência a famílias de renda mais modesta, tem o potencial de impulsionar as construtoras que operam nesse nicho.

Esse cenário é respaldado pelo notável desempenho das ações das empresas do setor ao longo de 2023. Um exemplo marcante é o avanço de 125% das ações da construtora Tenda (TEND3). A MRV (MRVE3) também está entre as protagonistas desse movimento, com um aumento de valor de 56%. A Plano&Plano (PLPL3), até então não tão visada pelos investidores e tida como uma “jóia oculta” pelo BTG Pactual, registrou uma impressionante ascensão de 153%.

Todas essas entidades estão sendo beneficiadas por programas habitacionais, além das perspectivas de redução da taxa básica de juros (Selic) ao longo do segundo semestre. Posterior ao anúncio, as grandes instituições bancárias salientam que as alterações terão efeitos positivos para essas construtoras que operam no âmbito de baixa renda. Esses pontos substanciam a fundamentação por trás dessa análise.

Considerações para o setor sobre o novo Minha Casa, Minha Vida:

Com a extensão do limite superior no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida, todo o ecossistema da indústria da construção civil, composto por fornecedores e empresas, experimentará vantagens substantivas.

Adicionalmente, esse ajuste tende a estimular a criação de um maior número de postos de trabalho, tanto diretos quanto indiretos, dentro do setor da construção civil.

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