Concentração de empresas de construção chega a menor nível em 15 anos, diz IBGE

Do valor total de obras e/ou serviços no setor de construção, 3,5% eram de responsabilidade das oito principais empresas do mercado
A concentração de empresas na construção civil caiu ao menor nível em 15 anos, segundo a pesquisa do IBGE. Saiba mais sobre essa tendência e seus impactos no setor.
Concentração de empresas de construção chega a menor nível em 15 anos, diz IBGE

Matéria publicada originalmente por Lucianne Carneiro, Valor – A concentração de mercado na indústria da construção diminuiu novamente em 2022, atingindo o menor patamar em 15 anos, conforme a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic) 2022, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento, apenas 3,5% do valor total de obras e serviços no setor de construção foram atribuídos às oito principais empresas do mercado.

Este percentual representa uma queda em relação a 2021, quando era de 4,1%, marcando o terceiro ano consecutivo de redução. Trata-se do nível mais baixo registrado desde o início da série histórica da pesquisa, em 2007, quando as oito maiores empresas eram responsáveis por 9,8% das obras. Esse número subiu para 12,4% em 2009 e era de 10,1% em 2013. O índice que mede a concentração de mercado é conhecido como R8.

No setor de obras de infraestrutura, a participação das oito maiores empresas era de 21,4% em 2007, alcançou 26,5% em 2009, e começou a declinar entre 2013 (25,6%) e 2014 (21,1%). O ano de 2014 foi marcado pelo início da Operação Lava-Jato, que investigou um esquema de corrupção envolvendo estatais e contratos públicos com empresas privadas, muitas do setor de construção. Em 2022, após três anos de queda, esse índice era de apenas 6,8% nas obras de infraestrutura.

Ao longo de uma década, de 2013 a 2022, o indicador R8 caiu de 25,6% para 6,8% no segmento de obras de infraestrutura; manteve-se praticamente estável na construção de edifícios, passando de 6,8% para 6,9%; e aumentou em serviços especializados para construção, de 4,8% para 6,0%. No entanto, este crescimento em serviços especializados não foi suficiente para reverter a tendência de queda do índice R8 na indústria da construção como um todo, segundo o IBGE.

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