Alberto Alerigi Jr., Reuters – Construtoras reduziram pela segunda vez neste ano sua previsão de crescimento em 2023, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (31) pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), citando fatores que incluem cenário de juros altos e redução de lançamentos imobiliários.
A entidade havia previsto em dezembro crescimento de 2,5% para o setor este ano, o que já marcaria uma desaceleração sobre a expansão de 6,9% de 2022 e a alta de 10% de 2021.
O dado foi revisto em abril para avanço de 2% do setor em 2023 e mais uma vez cortado, nesta segunda, para crescimento de 1,5%.
“Taxa de juros elevada é o principal desafio para a construção sustentar o seu ciclo de crescimento”, afirmou a Cbic em apresentação a jornalistas.
“Crescimento de 1,5% é muito baixo para que a construção consiga retomar o pico de suas atividades alcançado em 2013”, acrescentou a entidade.
Projeção vai na contramão da Bolsa
Na contramão das estimativas da Cbic, as ações de construtoras vêm exibindo forte recuperação este ano, com destaques para Tenda (TEND3), Cyrela (CYRE3) e MRV (MRVE3), que disparam 187%, 90% e 83% este ano, respectivamente.
Sendo assim, MRV e Cyrela devem fechar julho na liderança entre as principais construtoras listadas na Bolsa brasileira, com os papéis avançando 20%.