FGV mantém previsão de aumento do PIB da construção em 2024

Mesmo com o declínio, a construção mantém perspectiva de crescimento, com aumento no emprego e valorização imobiliária em São Paulo
Mesmo com o declínio, a construção mantém perspectiva de crescimento do PIB, com aumento no emprego e valorização imobiliária em São Paulo.
FGV mantém previsão de aumento do PIB da construção em 2024

Matéria publicada originalmente por Rafael Marko, Sinduscon-SP – De acordo com os dados das Contas Nacionais Trimestrais divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (05), o setor da construção civil registrou uma queda de 0,5% no Produto Interno Bruto (PIB) durante os três primeiros meses de 2024, em comparação com o último trimestre de 2023, que havia sido o mais alto desde o terceiro trimestre de 2022.

Apesar da redução, Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção do FGV/Ibre, minimizou a queda durante a Reunião de Conjuntura do SindusCon-SP em 5 de junho. Ela destacou que ainda há um efeito positivo residual do ano passado, o que deve resultar em um crescimento do PIB da construção ao longo de 2024, mesmo que a retração de 0,5% se repita nos trimestres subsequentes. Ela também apontou um aumento de 2,1% no PIB da construção no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Ana Castelo apresentou dados que mostram um aumento no número de trabalhadores no setor da construção e no salário médio real. A proporção de empregados com carteira assinada é maior do que em 2019, e o saldo líquido de empregados no primeiro quadrimestre cresceu 16% em comparação com o mesmo período do ano passado. Em São Paulo, o número de empregados no setor aumentou 9% no mesmo período. As vendas de materiais de construção para famílias ainda não decolaram, possivelmente devido ao início de ano mais chuvoso do que o normal, o que pode ter contribuído para a queda do PIB do setor no primeiro trimestre. Contudo, o consumo de cimento em abril mostrou um aumento.

Por outro lado, a escassez de mão de obra continua a ser uma das principais preocupações no contexto do aquecimento do setor da construção. Os custos do setor, medidos pelo INCC-M, aumentaram em 2024, impulsionados pelo crescimento dos custos com mão de obra. Entre os materiais que mais subiram estão cabos elétricos, brita, areia e blocos de concreto.

Mercado imobiliário de São Paulo

Na cidade de São Paulo, os lançamentos e vendas de imóveis cresceram significativamente nos primeiros meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Ana Castelo destacou que, apesar das dificuldades nas condições de crédito, as vendas no mercado imobiliário permanecem robustas e a valorização dos imóveis voltou a subir em termos reais. Segundo ela, isso continuará representando desafios em termos de obtenção de mão de obra e de financiamento necessário para atender à demanda crescente. Há uma expectativa de que o governo aumente os recursos para o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) através do FGTS para atender a essa maior demanda.

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.